A F1 será diferente em 2015. Mas pouco. Algumas decisões são polêmicas, como as relargadas depois do safety car, que agora serão com os carros parados. A maioria dos pilotos é contra. Duas razões principais orientaram as mudanças: tentativa de melhorar o espetáculo e reduzir os custos para as equipes.
Nesta quinta-feira o Conselho Mundial da FIA, reunido em Munique, Alemanha, homologou o que havia sido aprovado pela Comissão de F1, onde pilotos, equipes, organizadores dos GPs, além da FIA e da FOM, responsável pela exploração comercial do evento, têm representantes.
A mudança que mais chama a atenção é a relargada parada em vez de atrás do safety car. "As ultrapassagens são difíceis quando o safety car deixa a pista. Com os carros parados as chances serão maiores", explicou na Áustria o delegado de segurança e largador oficial da F1, Charlie Whiting.
Mas os pilotos não gostaram. "A largada é sempre a hora de maior risco numa corrida. Por que repeti-la tantas vezes na mesma prova", disse Jenson Button, da McLaren, o piloto mais experiente em atividade, com 255 GPs.
Em 2015, os carros vão voltar para a posição no grid e largarão de acordo com a sua classificação na corrida no momento da entrada do safety car. Além do maior risco de acidentes, componentes importantes dos carros vão estar expostos a esforços extras e grandes, como o complexo e delicado sistema de embreagem, dentre outros.
Há possibilidade maior, agora, de abandonos, o que vai contra o espírito da nova regra, que visa a aumentar o espetáculo com a relargada parada.
Outra definição do Conselho Mundial foi a redação de um novo texto para definir o bico dos carros. Em 2015 eles não terão os formatos estranhos, não elegantes com o que se propõe a ser um monoposto de F1. "A FIA está bastante sensível a esse formato do bico que desagrada a todos. Serão mais normais", havia adiantado Whiting em Mônaco.
Em 2015 continuará havendo 12 dias de testes na pré-temporada. Serão três sessões de quatro dias cada, mas todas na Europa. Este ano duas foram no Circuito de Sakhir, em Bahrein. Em 2016, ficou acertado que vão ser apenas duas sessões de quatro dias cada.
Este ano as equipes estão autorizadas a realizar quatro treinos particulares coletivos de dois dias cada durante o campeonato. Em 2015, serão apenas dois testes de dois dias cada, sem que num dos dias apenas com jovens pilotos, sem experiência na F1.
Outra restrição, em 2015, será a obrigação de os carros permanecerem sob regime de parque fechado em seguida ao treino livre do sábado. Não mais será depois da sessão de classificação, sábado à tarde. A medida faz com que as equipes definam todos os acertos do seus carros para a classificação e até a corrida no dia seguinte já no sábado de manhã, para a sessão livre.